domingo, 27 de março de 2011

Aberto o Clube da Leitura!


Estou lançando, por sugestão e apoio dos amigos do blog de A-Centelha http://acentelha-morenope.blogspot.com/ , o clube da leitura, um espaço para discussões de livros. E, para começar, deixo como 1ª indicação de obra e leitura um clássico: Vidas Secas, de Gracialiano Ramos. Então, vamos desvendar o que está por trás das palavras e da dura realidade retratada nesse que é um dos grandes clássicos da nossa literatura?
Sejam todos bem-vindos às nossas discussões!
Boas leituras!


segunda-feira, 14 de março de 2011

14 de março: Dia da poesia!


Essa semana estamos comemorando a semana da poesia. Poesia é uma mistura de arte com palavra e vida, e tem a ver com tudo, então vamos desfrutá-la.

TEM TUDO A VER
A poesia
tem tudo a ver
com tua dor e alegrias,
com as cores, as formas, os cheiros,
os sabores e a música
do mundo.

A poesia
tem tudo a ver
com o sorriso da criança,
o diálogo dos namorados,
as lágrimas diante da morte,
os olhos pedindo pão.

A poesia
tem tudo a ver
com a plumagem, o vôo e o canto,
a veloz acrobacia dos peixes,
as cores todas do arco-íris,
o ritmo dos rios e cachoeiras,
o brilho da lua, do sol e das estrelas,
a explosão em verde, em flores e frutos.

A poesia
- é só abrir os olhos e ver –
tem tudo a ver
com tudo.

Elias José*




*Escritor e professor de Literatura Brasileira (1936-2008), nascido em Santa Cruz da Prata, Minas Gerais, dedicou-se à poesia infanto-juvenil.

sábado, 12 de março de 2011

Recife e a poesia de Bandeira.


O poeta pernambucano Manuel Bandeira cantou em seus versos o Recife da sua época, mais precisamente, o Recife de sua infância, da casa do seu avô.Fico só imaginando: como será que ele cantaria Recife hoje? Vale, sempre, muito a pena conferi a poesia de Bandeira...
E parabéns a Recife pelos seus 474 anos!




Evocação do Recife


Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois
— Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado
e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas
Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê
na ponta do nariz
Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras
mexericos namoros risadas
A gente brincava no meio da rua
Os meninos gritavam:
Coelho sai!
Não sai!


A distância as vozes macias das meninas politonavam:
Roseira dá-me uma rosa
Craveiro dá-me um botão


(Dessas rosas muita rosa
Terá morrido em botão...)
De repente
nos longos da noite
um sino
Uma pessoa grande dizia:
Fogo em Santo Antônio!
Outra contrariava: São José!
Totônio Rodrigues achava sempre que era São José.
Os homens punham o chapéu saíam fumando
E eu tinha raiva de ser menino porque não podia ir ver o fogo.


Rua da União...
Como eram lindos os nomes das ruas da minha infância
Rua do Sol
(Tenho medo que hoje se chame de Dr. Fulano de Tal)
Atrás de casa ficava a Rua da Saudade...
...onde se ia fumar escondido
Do lado de lá era o cais da Rua da Aurora...
...onde se ia pescar escondido
Capiberibe
— Capiberibe
Lá longe o sertãozinho de Caxangá
Banheiros de palha
Um dia eu vi uma moça nuinha no banho
Fiquei parado o coração batendo
Ela se riu
Foi o meu primeiro alumbramento
Cheia! As cheias! Barro boi morto árvores destroços redemoinho sumiu
E nos pegões da ponte do trem de ferro
os caboclos destemidos em jangadas de bananeiras


Novenas
Cavalhadas
E eu me deitei no colo da menina e ela começou
a passar a mão nos meus cabelos
Capiberibe
— Capiberibe
Rua da União onde todas as tardes passava a preta das bananas
Com o xale vistoso de pano da Costa
E o vendedor de roletes de cana
O de amendoim
que se chamava midubim e não era torrado era cozido
Me lembro de todos os pregões:
Ovos frescos e baratos
Dez ovos por uma pataca
Foi há muito tempo...
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada
A vida com uma porção de coisas que eu não entendia bem
Terras que não sabia onde ficavam
Recife...
Rua da União...
A casa de meu avô...
Nunca pensei que ela acabasse!
Tudo lá parecia impregnado de eternidade
Recife...
Meu avô morto.
Recife morto, Recife bom, Recife brasileiro
como a casa de meu avô.

quinta-feira, 10 de março de 2011

10 anos com Mafalda!

Oi, gente!

Hoje, eu quero deixar uma dica de leitura bem divertida, mas nem por isso, menos questionadora. O livro "10 anos com Mafalda", do cartunista argentino Quino, já tem sua versão em português. A obra reune charges divididas por temas gerais, em que podemos encontrar os pensamentos questionadores e inteligentíssimos da personagem Mafalda com o humor e a crítica social que só ela sabe fazer.Então, vamos ler!!!



terça-feira, 1 de março de 2011

Presidente ou Presidenta?



Na verdade, as duas formas PRESIDENTE ou PRESIDENTA, do ponto de vista da nossa gramática, estão perfeitamente corretas. A questão é que durante anos o Brasil nunca teve uma PRESIDENTA, o que pode soar um pouco estranho para nós. Outro fato interessante, é que a língua portuguesa é sim um pouco machista, e muita das palavras do gênero masculino também eram aplicadas para o feminino como, por exemplo: MESTRE (o mestre ou a mestre) e POETA (o poeta ou a poeta). Porém, como é cada vez maior a participação da mulher na sociedade, isso também já começa a mudar, pois a língua é dinâmica e vai se adequando à realidade dos falantes. As formas MESTRA e POETISA são plenamente aceitáveis.Aliás, somos nós, os falantes, que fazemos a língua e não o contrário! E que venham muitas outras MESTRAS, POETISAS e PRESIDENTAS!